30 de janeiro de 2004
Como seria de prever, o espectáculo da morte de Fehér, que as TVs transmitiram em directo e repetiram até à exaustão, causou náuseas em alguns estômagos mais sensíveis. O caso deu azo a que se voltasse a falar de autoregulação — uma peça de retórica de cuja ineficácia ninguém duvida — e se voltasse a pedir que sejam banidas das TVs cenas obscenas e de puro "voyeurismo", embora falte explicar o que são cenas obscenas e puro "voyeurismo", o que é razoável passar e o que ultrapassa os limites. Presume-se que as televisões ouviram o recado, como se presume que se borrifaram no assunto. Afinal, quem se lembra do sucedido daqui a dois ou três dias?