25 de abril de 2005

«Minha primeira transa foi num Volkswagen. Começou no banco de trás. Quer dizer, meu namorado foi pró banco de trás e eu fiquei metade no banco da frente e metade no banco de trás, sabe como é? Aí ele sugeriu que eu botasse uma perna pela janela e dobrasse a outra por baixo do banco da frente, no lado direito, enquanto ele tentava vir por cima do banco do lado esquerdo, aí eu comecei a dizer ‘Ai, ai’ e ele disse ‘Mas eu ainda não fiz nada’ e eu disse ‘Não, é que meu ombro ficou preso em baixo do freio de mão’. Aí ele disse pra mim recolher a perna que estava pra fora, e eu recolhi mas fiquei com o joelho preso no volante e apoiei o cotovelo onde não devia e o meu namorado, coitado, deu um grito de dor. Aí eu pulei pra trás e bati com a cabeça no pára-brisa e ele saiu correndo pra chamar uma ambulância. Aí veio a ambulância e ele foi comigo para o hospital na parte de trás e aí, sim, deu pra transar legal porque tinha bastante espaço e até uma cama.» Diva Gar, oceanógrafa, citada por Luís Fernando Veríssimo no último Expresso.