13 de dezembro de 2006
Miguel Sousa Tavares diz que o livro de Carolina Salgado «é um dejecto de ressabiamentos e vinganças pessoais», e que o conteúdo do dito apenas ilustra «o carácter da senhora». Sobre o principal visado no livro (Pinto da Costa) e a natureza das acusações que lhe são feitas, o jornalista limita-se a dizer que são matéria que «a justiça terá de apurar», e que só aos protagonistas compete responder. Ora, custa-me a digerir a indignação de Miguel Sousa Tavares contra a dona Carolina (que se limitou a acusar Pinto da Costa de crimes vários e a dizer-se cúmplice de alguns deles) e que só tenha criticado ao de leve Pinto da Costa — e, apenas, pelo facto de este ter promovido a senhora a «uma espécie de primeira dama do FC Porto». Sendo Miguel Sousa Tavares adepto confesso do clube presidido por Pinto da Costa, será que os argumentos aduzidos na crónica do jornal A Bola enfermam, apenas, de clubite aguda? É que arrear na dona Carolina, mesmo por todas as razões que possa haver (e parece que há), não custa nada, e a forma como Sousa Tavares o fez até deixou a ideia de que tem um problema com as origens (humildes, suponho) da senhora. Mas, pelos vistos, já custa mais arrear em quem tem outro poder de fogo, mesmo que haja fortes motivos para isso e não sobeje ao visado argumentos para se defender.