1 de fevereiro de 2007
Ser-me-á absolutamente indiferente qualquer que seja o resultado do concurso Os Grandes Portugueses, mesmo que o resultado seja a vitória de um dos cavalheiros que poucos esperariam ver na final e por quem não nutro a mais leve simpatia. Mais: acho um exagero a importância que se está a dar ao programa televisivo, e espanta-me que figuras por quem nutro um enorme respeito percam tempo com o assunto. Afinal, estamos a falar de um programa de entretenimento, e um programa de entretenimento não justifica tanto barulho. Não será assim? Como já perceberam, não é assim. Desde os que nunca se conformaram pelo facto de Salazar não integrar a lista inicial destinada a promover o concurso aos que se indignaram por o ditador integrar a lista final, passando pelos que não percebem por que razão Álvaro Cunhal integra o «top» final ou não gostaram de o lá ver devido aos bons ofícios dos comunistas, toda a gente leva a coisa a sério. Tão a sério que até fica a ideia de que abundam os que não hesitariam mudar o sentido de voto dos telespectadores caso tivessem meios para tal, coisa que certamente não envergonharia Salazar ou Cunhal e que talvez explique a popularidade de ambos.