29 de maio de 2007
Vital Moreira decidiu dar lições de moral a propósito da Ota & Cia. Segundo ele, alguns jornais resolveram «afeiçoar os factos e as notícias à opinião assumida» sobre o novo aeroporto, e não deviam. «Invocar a favor de uma certa solução (...) factos comprovadamente contrários à realidade (...) ou veicular contra outra solução (...) notícias "tremendistas" carecidas de fundamento (...) significa sacrificar os factos à opinião e a objectividade noticiosa à tendenciosidade», acrescenta o professor. E diz mais: «se a opinião é livre, os factos devem ser sagrados e as notícias devem ser verídicas». Sucede que Vital Moreira se fartou de praticar o que agora condena aquando da invasão do Iraque e do conflito israelo-libanês (e continua a praticar sempre que opina sobre o conflito israelo-palestiniano), não tendo problemas em vender as suas opiniões como se de factos se tratasse. Mais: chegou ao cúmulo de fazer juízos de valor sobre acontecimentos que nunca se verificaram, sem que alguma vez se tenha penitenciado por isso. De maneira que, em questões de moral, estamos conversados. Mas Vital Moreira foi mais longe: demonstrou que não tem memória. Nem memória, nem vergonha.