15 de abril de 2008
ACORDO ORTOGRÁFICO II. Defendi, mal foi ratificado o Acordo Ortográfico, um amplo debate sobre a matéria, por então considerar que não eram conhecidas as razões de quem se opunha e de quem o defendia, muito menos o que se ganhava (ou perdia) com isso. Meio ano e inúmeros debates depois, incluindo o recente Prós e Contras, continuo sem vislumbrar os benefícios de um acordo ortográfico. Falo de benefícios porque é de benefícios que julgo tratar-se, embora por vezes duvide que seja esse o pressuposto. Unificar a escrita da língua portuguesa porquê? Confesso que não estou a ver. É que, por aquilo que se vai vendo, e considerando os argumentos de quem defende o acordo, a ideia parece-me esta: muda-se a grafia, e logo se verá. A tese faz-me lembrar a regionalização, que os seus defensores achavam excelente aquando do referendo — mas nunca apresentaram um exemplo dessa excelência. E eu, quando me cheira a mudar por mudar (ou a mudar para o que se duvida que seja melhor), acho que mais vale estar quieto.