17 de abril de 2008
MENEZES. É verdade que Menezes era líder do PSD por obra e graça da «vontade dos militantes livremente expressa no tempo devido», como repetiu Santana Lopes, mas a verdade é que também rapidamente se viu que isso era pouco. Ainda cheguei a pensar que a militância dos «históricos» contra o líder agora demissionário poderia transformar-se, nas próximas Legislativas, num resultado aceitável para Menezes, mas nas últimas semanas tornou-se evidente que assim não seria. De facto, este PSD estava — e continua a estar — a caminho de uma hecatombe nunca vista, e tornou-se insustentável dizer que a situação se deveu, apenas, ao clima de guerrilha interna, isentando o líder de culpas. O anúncio de que Menezes vai pedir eleições para o mês que vem, desde já garantindo que não será candidato, só pode ser uma boa notícia para os sociais-democratas, pela simples razão de que, suceda o que suceder, o partido dificilmente ficará pior do que está. A não ser, claro, que os sociais-democratas escolham Menezes caso ele decida recandidatar-se, ou alguém que lhe é próximo.