2 de junho de 2008
MORALISMOS DE OCASIÃO. Não me venham com histórias da carochinha ou moralismos de ocasião: Hillary pretendia que o Partido Democrático considerasse os votos das primárias da Florida e do Michigan pela simples razão de que a contabilidade lhe era favorável, não por uma questão de princípio, a meu ver a única aceitável. Aliás, o problema da Florida e do Michigan, que acabou por se resolver atribuindo metade dos votos a cada um dos estados, só se pôs, à ex-primeira-dama, quando se tornou claro que os votos a beneficiavam. Até lá, não me consta que se tenha ralado com o facto. (O mesmo se pode dizer de Obama, que certamente também não se interessou pelo caso por razões contabilísticas.) Pretender mudar as regras do jogo enquanto este decorre, é uma manobra que não é bonita de se ver. Além de que, a ser bem-sucedida, é bem provável que se viesse a revelar contraproducente.