13 de junho de 2008
SCOLARI. Será muito difícil determinar até que ponto o anúncio da transferência de Scolari para o Chelsea foi um factor de perturbação na selecção lusa caso Portugal «caia» nos quartos-de-final. Mas também eu estou convencido de que o timing do anúncio não podia ter sido pior para a selecção, por mais razões que tenha havido para o anúncio ter sido feito na altura em que foi feito, e por mais que a situação tenha fugido ao controle de Scolari. Muito mais que uma promessa quebrada pelo seleccionador (Scolari terá proibido os jogadores de se pronunciarem acerca dos respectivos futuros), o treinador brasileiro perdeu autoridade no grupo que comanda a partir do momento em que anunciou o abandono da selecção, pois deixou de ter condições para exigir o que quer que seja a quem quer que seja. Isto começando logo pelo principal, os jogadores, que certamente deixaram de o ver com o mesmo respeito com que o viam até então, com todas as consequências negativas que daí podem resultar. Estão, portanto, criadas as condições para que Scolari se transforme no bode expiatório caso as coisas não corram bem nos quartos-de-final, mesmo que não seja por culpa dele. Primeiro, porque Scolari se pôs a jeito. Depois, os adversários de Scolari nunca desarmaram, mesmo perante o evidente sucesso de Scolari à frente da selecção, e não hesitarão em trucidá-lo.