10 de julho de 2008
BETANCOURT. Como se viu desde a primeira hora, há quem não se conforme com a libertação de Betancourt e companhia. Depois dos milhões que terão sido entregues pelos americanos (quem havia de ser?) aos rebeldes colombianos em troca dos reféns agora libertados, hoje, no Público, um fulano, identificado como investigador, escreveu que a ex-candidata presidencial poderá ter-se deixado raptar pelas FARC, pela simples razão de que o rapto iria «alavancar as suas ambições políticas». E com base em que factos chegou ele a esta conclusão? Aparentemente, com base noutro motivo simples: Betancourt sabia que o local onde acabou por ser raptada «era bastião das FARC». Temos, assim, que o futuro político da franco-colombiana justificou umas «férias» na selva, onde foi sujeita a toda a espécie de privações e sevícias. A não ser, claro, que tudo isto não passe de um embuste, evidentemente que montado pelo governo colombiano, com apoio americano e israelita. Aliás, não me surpreenderia que nos próximos dias se comece a dizer que Betancourt não passou os seis anos acorrentada e em trabalhos forçados mas numa estância de férias, provavelmente na Suíça, onde um jornal local «descobriu» que o resgate de Betancourt e companhia se deveu aos milhões do governo americano e não, como foi dito, a uma operação militar. Divago, é certo, mas com a certeza de não ter imaginação bastante para ombrear com o que há-de vir.