29 de agosto de 2008

VERGONHAS OLÍMPICAS. O presidente do Comité Olímpico Português prometeu, no dia em que foi conhecido o desaire de Naide Gomes nos Jogos de Pequim, que não iria recandidatar-se, por então considerar que «a culpa não pode morrer solteira». No dia seguinte, em que passámos de bestas a bestiais graças ao ouro de Nelson Évora, Vicente Moura já admitia voltar atrás caso haja uma vaga de fundo. Segundo ele, a culpa do que não correu bem deveu-se, essencialmente, aos media (onde é que eu já ouvi isto?), que ouviram os protagonistas no calor da refrega, e os nossos rapazes são «melhores a fazer desporto do que a prestar declarações». Assim sendo, impõem-se alguns reparos. Por exemplo, não se percebe que o sr. comandante largue o barco quando há tempestade e o retome regressada a bonança, como bem observou Carlos Fiolhais no Público de hoje, a pretexto de que as declarações por ele feitas em Pequim «não foram muito reflectidas». Depois, «os melhores resultados de sempre» desculpam o facto de não se ter atingido os objectivos previstos?