16 de outubro de 2008
DESASTRE EMINENTE. Cinco pontos perdidos em três jogos deixaram a selecção portuguesa dependente dos outros e os portugueses a fazer contas de cabeça. Claro que, como Queiroz, também eu acredito que Portugal vai estar na África do Sul em 2010. Só não sei é se vai estar no relvado, ou na bancada. Aliás, tenho outra dúvida. O que queria o seleccionador realmente dizer quando disse que a Albânia é «uma das equipas favoritas a pôr alguém fora do Mundial»? Pelo menos o devoto da sra. do Caravaggio não se percebia nas conferências de imprensa, mas explicava-se no campo. Sim, tenho saudades daquele senhor de mau feitio que se dava ao luxo de não convocar indispensáveis, e ganhar. Do teimoso que insistia em pôr a jogar quem não acertava uma, mas que se foi embora com um palmarés à frente da selecção que mais ninguém alcançou. Agora é tudo muito certinho, muito profissional, muito moderno — mas resultados, não há. Nem resultados, nem exibições. Só mais uma coisa. Lembram-se das alfinetadas de Queiroz a Scolari quanto o brasileiro era o seleccionador nacional? E lembram-se porquê? Eu lembro-me porquê. Porque Queiroz era candidato ao lugar de Scolari, e todas as ocasiões serviam para se pôr em bicos de pés e tentar desestabilizar. Infelizmente não há grandes razões para sorrir com a ironia do destino, pois as derrotas de Queiroz à frente da selecção são, também, as nossas derrotas.