26 de março de 2009
JUSTIÇA, DISSE ELA. Só um ingénuo empedernido terá ficado surpreendido com a absolvição de Ferreira Torres pelos seis crimes que lhe foram imputados, e certamente que nem um ingénuo empedernido terá ficado surpreendido que o ex-autarca do Marco de Canaveses tenha dito, mal foi conhecida a sentença, que foi «perseguido» pelo Ministério Público. Mas já me parece demasiado que a presidente do colectivo de juízes que absolveu o sujeito nos tenha feito o imenso favor de explicar que a decisão foi tomada com base em «prova produzida» na sala de audiência «e não no que se diz lá fora», e que não tenha resistido à tentação de nos dizer que «a justiça popular é uma coisa bem diferente da aplicação da justiça pelos tribunais». Demasiado porque o «recado» da sra. juíza me parece despropositado, e porque, à excepção de Ferreira Torres e dela própria, duvido que haja um só português que ache justa a sentença. Quanto a Ferreira Torres, que naturalmente aproveitou a ocasião para disparar em todas as direcções e nos lembrar que é candidato à presidência da Câmara do Marco (ele pode ser tudo mas não é burro), ainda há-de chegar a Presidente da República.