31 de março de 2009
TIRO NO PORTA-AVIÕES. Alberto João Jardim tem pouca autoridade para falar de democracia, nomeadamente da ausência de democracia, mas foi certeiro quando disse, sobre o «caso Freeport», que Sócrates já teria sido substituído caso fosse primeiro-ministro de um «país democrático». Por mais que se exija ou implore, a Justiça não fará, no caso do outlet de Alcochete, mais nada do que já fez (que foi nada), e quanto à celeridade do processo escusado será dizer que mais vale esperar sentado. Como há muito se percebeu, o caso vai arrastar-se eternamente, pelo que o primeiro-ministro ficará, pelo menos enquanto estiver em funções, sob a suspeita de ter praticado actos que não devia ter praticado. Não é agradável, sobretudo no caso de estar inocente, mas quem se mete a exercer cargos políticos sabe ao que vai. Pior é o País suspeitar que o primeiro-ministro que temos é corrupto e a Justiça ser incapaz de confirmar a suspeita ou desmenti-la de forma inequívoca.