31 de março de 2009
PRESSÕES OU TALVEZ NÃO. Toda a gente já percebeu que as alegadas pressões de que estarão a ser alvo os procuradores que investigam o «caso Freeport», e que o presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público promete revelar a seu tempo, vão dar em nada. Pior: servirão, apenas, para introduzir ainda mais ruído num caso onde o ruído é mais que muito. É que é duvidoso, para começar, que João Palma tenha provas do que diz, e mesmo tendo-as ninguém acredita que, chegada a hora da verdade, se atreva a chamar os bois pelos nomes. Aliás, o procurador-geral da República já veio negar a existência de pressões sobre os procuradores, e aproveitou a ocasião para mandar um recado: «fracassarão» quaisquer manobras que visem criar suspeição e desacreditar a investigação, disse Pinto Monteiro. Disse mais: «os magistrados titulares do processo expressa e pessoalmente reconheceram» não existir «qualquer pressão ou intimidação que os atinja ou impeça de exercerem a sua missão com completa e total serenidade, autonomia e segurança». Como se vê, alguém está enganado (ou a enganar-nos) nesta história das pressões. O que vale é que já estamos de tal modo habituados a que isto seja assim que estranharíamos caso fosse doutra maneira.