6 de outubro de 2009
TRADUÇÕES. Lida uma dezena de páginas de A breve e assombrosa vida de Oscar Wao, de Junot Díaz, editado pela Porto Editora, considerei pôr de parte a tradução portuguesa e optar pela língua em que foi escrito. Por uma razão simples: a tradução roça o miserável. Aliás, só levei o livro até ao fim porque quis ver até onde iam os disparates — que são inúmeros, e quase sempre grosseiros. Pior: a língua portuguesa chega a ser atropelada por erros de palmatória. A coisa torna-se suspeita logo na capa e na contracapa, onde se diz, em inglês, que o livro foi premiado com um Pulitzer, sem que se vislumbre por que não foi dito em português. Diz-se, em nota editorial, que tradutor e editor «acordaram manter a tradução sem qualquer tipo de formatação gráfica especial que possa comprometer a fluidez do discurso das personagens». Seja, mas eu falo de erros básicos, não de subtilezas. Falo de coisas inacreditáveis, e para as quais não vejo explicação aceitável.