30 de novembro de 2010
WIKILEAKS (1). Apesar das «bombas atómicas» e do barulho ensurdecedor, duvido que as revelações da WikiLeaks tenham o efeito desejado. Antes de mais, põem a descoberto situações que ninguém ignora que existem, que existiram, e que continuarão a existir. Quem não sabe que as relações entre países se movem por interesses, e que em nome desses interesses vale tudo? Quem não sabe que por trás das luzes que celebram acordos geralmente está um estendal de roupa suja? Claro que os países envolvidos nas fugas da WikiLeaks têm que mostrar que estão muito preocupados, e alertar para o perigo que elas representam. Mas estarão os seus governantes realmente preocupados? A resposta é: duvido. Quem se lembra das anteriores revelações da WikiLeaks sobre o Iraque e Afeganistão, igualmente gravíssimas? E, já agora, que efeitos tiveram? É só um palpite, mas quer-me parecer que a «bomba atómica» agora anunciada não se aguentará nos media até ao próximo fim de semana.