21 de fevereiro de 2011
JAZZ. Se não erro, havia, há anos, um programa de rádio que passava excelente música sem dizer «água vai». Desde a chamada música ligeira, passando pelo jazz e pela clássica, o critério da música que lá se passava era a qualidade, e só a qualidade. Cinco minutos de jazz, programa que agora faz 45 anos, nunca me pareceu o melhor formato para promover o jazz, por mais bem-intencionado que seja, e por mais que apregoem o contrário. A melhor maneira de divulgar o jazz (e outras «músicas minoritárias») e atrair ouvintes para ele é dá-lo a ouvir sem exercícios preparatórios, que geralmente afastam mais do que aproximam. Com certeza que há espaço para programas de jazz (e doutras «músicas minoritárias»), mas se a ideia é dar jazz a quem nunca ouviu jazz, como o caso de Cinco minutos, a melhor maneira é dá-lo como quem dá outra música qualquer. É que eu não só estou convencido de que este tipo de programas não resulta como provoca o contrário do que pretende.