23 de janeiro de 2012
POBREZA DE ESPÍRITO. O Presidente da República demorou três dias a dizer aos portugueses que não foi «suficientemente claro» quando falou sobre as suas pensões de reforma. Ora, se o que disse Cavaco sobre o assunto constituiu um insulto aos portugueses, particularmente aos portugueses que recebem pensões de miséria ou estão no desemprego, vir agora dizer que não foi claro naquilo que foi claro como água, é mais um insulto aos portugueses. O Presidente achará mesmo que a generalidade dos portugueses se identifica com o seu caso, que também ele, como a generalidade dos seus concidadãos, sofreu com as medidas de austeridade impostas pelo Governo? Se acha, só posso concordar com o Alberto Gonçalves quando ele diz que «a tentativa de se aproximar do homem comum na pobreza material levou Cavaco Silva a suplantá-lo em pobreza de espírito». Isto na melhor das hipóteses, que já é suficientemente má para se imaginarem outras piores.