14 de março de 2012
O FIM DO MUNDO. Desde que me conheço que me lembro de pairar sobre as nossas cabeças uma qualquer ameaça, real ou imaginária, prometendo mandar a nossa insignificante vidinha para o maneta. Agora é a Grécia que ameaça dar cabo do que resta da Europa, ontem foi a gripe das aves que ameaçou dizimar meio mundo, amanhã será o Irão que varrerá Israel do mapa se entretanto não suceder o contrário. Atribuo, por isso, escassa importância às catástrofes anunciadas, e lembro-me invariavelmente de quem, há séculos, já dizia que Portugal estava à beira do abismo, e a verdade é que ainda aqui estamos. Aliás, terão notado que as catástrofes de que temos sido vítimas (catástrofes naturais, económicas, políticas) ninguém as previu ou anunciou, ao passo que as catástrofes previstas, geralmente anunciadas com grande alarido, nunca se concretizam. Claro que a vida sem dramas e perigos eminentes seria demasiado monótona, e sem estas profecias os media ver-se-iam ainda mais aflitos do que já andam. Mas convém não entrar em alarmismos infundados, que a realidade já nos assusta que chegue.