22 de maio de 2012
PERGUNTAS QUE GOSTARIA DE VER RESPONDIDAS. Onde é que já se viu um ministro ameaçar uma jornalista com a revelação de assuntos da sua vida privada caso a jornalista publicasse determinada notícia e a coisa acabar num mero pedido de desculpas? E, já agora, que informações serão essas que o ministro terá na sua posse e como as obteve? Mandou espiar a jornalista? E por que terá pedido desculpa ao jornal e à jornalista se pouco antes desmentiu «categoricamente qualquer tipo de ameaça»? Depois há a cada vez maior irritação de Miguel Relvas com as notícias sobre o «caso das secretas» que o dão próximo de Silva Carvalho, o ex-espião que o Ministério Público acusou de seis crimes. O ministro começou por dizer que nada tinha com o ex-director do SIED, depois admitiu ter recebido uns SMS a que não terá dado importância, e a seguir, à medida que mais factos vierem a lume, adivinha-se que fará uns acrescentos. Também o Público não ficou bem na fotografia. As explicações foram trapalhonas, e deixaram mais perguntas que respostas. Não publicou determinada notícia por nada acrescentar ao que já tinha dito, ou por pressão do ministro? Por que só admitiu as pressões do ministro quando o Conselho de Redacção decidiu pôr a boca no trombone? Que factos tão comprometedores haverá sobre a vida pessoal da jornalista Maria José Oliveira que a possam inibir de exercer a profissão como mandam as regras? Convinha que o Público explicasse o que realmente se passou, e que assumisse os erros caso os tenha cometido. Quanto ao ministro Miguel Relvas, evidentemente que deixará de ter condições para se manter no Governo caso se confirme a chantagem sobre a jornalista.