14 de junho de 2013
A GREVE DOS PROFESSORES. Alguém me sabe dizer quantas greves fizeram os professores do ensino público desde que vivemos em democracia? Um só nome de um ministro que eles tenham considerado capaz? Não discuto os motivos que os professores e seus representantes agora invocam para boicotar os exames, que a falta de paciência para o assunto me aconselha a ignorar. Mas bastou-me ouvir a Federação Nacional de Professores dizer que está disponível para dialogar com o Governo «mesmo ao fim de semana» para constatar que nada mudou. Pelos vistos, as crises, para eles, discutem-se apenas durante a semana, mas tendo em conta não sei bem o quê estão dispostos a abrir uma patriótica excepção e discutir ao fim de semana. A coisa fez-me lembrar a guerra do Solnado, em que uns disparavam às segundas, às quartas e às sextas, e os outros às terças, às quintas e aos sábados. Aos domingos fechava a guerra, que os guerreiros também eram gente. A diferença é que a guerra do Solnado era a brincar.