14 de junho de 2013
MAIS BALELAS ORTOGRÁFICAS. De facto, esquecer-se de noticiar que o primeiro-ministro português e a presidente do Brasil insistem na burrice apesar de todas as evidências, não me parece normal, como notou Seixas da Costa. Mas se isso não me parece normal, já me parece excessivo concluir-se que o esquecimento do Público se deva à discordância do jornal com o novo Acordo Ortográfico. Afinal, o Público é o jornal que mais espaço tem dado ao assunto, e não só a quem o ataca. Esquecer-se de noticiar a burrice de Passos e Dilma não retira um só argumento a favor — ou contra — o Acordo. Assim sendo, que necessidade teria o jornal de recorrer à omissão (ou censura) para impor o seu ponto de vista? Como se tem visto, até os defensores do Acordo já admitiram a existência de erros grosseiros (convenhamos que não é fácil ignorá-los), e que tem de ser revisto. Aliás, quantos mais detalhes do Acordo se vão conhecendo, mais evidente se torna que a coisa não tem ponta por onde se lhe pegue. Não são, portanto, necessários truques, omissões ou outros malabarismos para o demonstrar. Os factos chegam e sobejam.