4 de setembro de 2013
QUANDO TUDO ESTÁ MAL, NEM TUDO ESTARÁ MAL. Definitivamente que nada está bem para os professores do ensino público, provisórios e definitivos. Agora é o dirigente de uma associação que exige saber «quantos professores do quadro vão leccionar (...) disciplinas que não correspondem aos grupos para os quais foram recrutados». «Um professor que ensina Informática ou Economia há 20 anos» estará habilitado a dar Matemática?», pergunta o dirigente. E prossegue com perguntas do género, questionando, pela enésima vez, a política educativa do enésimo governo. Imaginam os professores do ensino privado a questionar as decisões de quem os contratou? Com certeza que não imaginam. Porque os professores do ensino público e privado são contratados para ensinar, não para impor as regras. Percebe-se que os professores com vínculo precário ao Estado se preocupem com a eminência do desemprego, que se imagina dramático. Mas daí até quererem impor aos governos a cartilha educativa e determinar as regras das suas próprias funções, vai um abismo. Mal ou bem, os governos exercem funções para os quais foram eleitos. Já os professores não têm legitimidade para isso.