16 de dezembro de 2013
NATAL DOS HOSPITAIS. Como diria uma respeitável senhora, agora ao serviço da Pátria, o Natal dos Hospitais é um daqueles inolvidáveis momentos que consegue a proeza de juntar «a fina flor do entulho». A gente olha para os «artistas» que lá passam, ouve as dúzias de lugares-comuns e o paleio de circunstância dos convidados — e nos casos mais benevolentes apetece correr para a casa de banho, nos piores puxar de pistola. Num país onde tem vindo a aumentar o consumo de antidepressivos, talvez não fosse má ideia acabar com a solidariedade empacotada, a alegria postiça, a mercadoria fora de prazo. Aquilo é visto por consideráveis milhões? Também os bestsellers vendem milhões, e nem por isso passam a valer o papel em que foram impressos.