17 de janeiro de 2014
PROVAR DO PRÓPRIO VENENO. Embora nuns países mais do que noutros, os candidatos a cargos políticos gostam de exibir as esposas ou os maridos, os filhos e a sogra, o cão e o periquito. Porque isso dá a aparência de que são «pessoas como nós», logo rende votos. A novela à volta de Hollande não foge à regra. A imprensa cor-de-rosa descobriu que o presidente francês terá uma amante, a imprensa cor-de-burro-quando-foge agarrou a história com unhas e dentes — e a oposição, embora fingindo não dar importância ao caso, vai fazendo o que pode para dar cabo dele. Resumindo, um assunto que em países como a civilizadíssima França ninguém dará importância tornou-se, de repente, um assunto de Estado. Alguém duvida que o affaire desestabiliza Hollande e o Governo a que preside?