21 de fevereiro de 2014

PROÍBAM-SE. Absolutamente de acordo com o professor Jorge Miranda, que ontem defendeu «uma iniciativa legislativa» destinada a proibir definitivamente as praxes académicas, que considera «uma questão de polícia». As praxes integram os caloiros, facilitam o conhecimento entre estudantes, e criam amizades? Nesse caso, não sei como se integram os caloiros nos países onde elas não existem. Também não me parece que a proibição das praxes as tornaria clandestinas, como defendeu dezena e meia organizações académicas, muito menos ainda mais violentas. É que não vislumbro uma lei a proibi-las que não punisse, de facto, os promotores, e quando falo em punir quero dizer punir exemplarmente. Até porque, nesse caso, os caloiros facilmente recusariam as praxes e denunciariam os seus autores — coisa que hoje, por razões óbvias, raramente sucede. Provavelmente a proibição não as erradicaria completamente, como as várias leis contra os vários tipos de crimes não impedem que eles sucedam. Mas não duvido que a proibição as reduziria a níveis insignificantes, e dos excessos jamais se falaria.