14 de março de 2014
OLHEM SÓ O QUE ME CAIU NA SOPA. Valter Hugo Mãe dificilmente me surpreenderá. Mas ontem li uma coisa em forma de prosa e ainda não recuperei totalmente. A primeira frase deixou-me logo arrasado: «A Pilar del Río é uma mulher sagrada.» Depois, escreveu que a viúva de Saramago é «um ser humano cidadão», uma mulher «consumada, definida, completa, absoluta». Em duas palavras, «uma demasia». Alguém que usamos sempre que pretendemos «aludir à evolução, à democracia e à liberdade». Que «merece um respeito maior», e cujas entrevistas que vai dando «são invariavelmente lições de grande conversa». Aqui chegado, pergunto ao vento que passa: o cavalheiro apaixonou-se pela senhora e resolveu partilhar o estado de alma, ou é só mais uma redacção medíocre? Terá sido só mais um «inconseguimento», como diria a outra, ou sou eu que ando a ver coisas?