9 de abril de 2014
NOS PRELIMINARES NÃO HÁ QUEM NOS BATA. A entrevista de Durão Barroso ao Expresso deixou meio mundo a questionar-lhe o propósito, e outro meio a perguntar: qual foi a ideia de só agora, uma década após ter «emigrado» para Bruxelas e a uns meses de terminar o mandato na Comissão Europeia, vir dizer que enquanto primeiro-ministro por três vezes chamou o então governador do Banco de Portugal para aferir os rumores que circulavam sobre o BPN quando nem sequer lhe perguntaram? Duas semanas depois, permanece o mistério. Candidato à Presidência da República, disse logo que não era. Da Comissão Europeia, sairá em Outubro. Sacudir o BPN do capote e culpar Vítor Constâncio, não se alcança o propósito. Que pretenderá ele, afinal? Mário Soares já veio sugerir que a Procuradoria-Geral da República o deve questionar sobre o BPN. Não sei se deve, nem sei se pode. Mas imaginemos que pode, e que deve. Será preciso dizer que Durão dirá, nessa altura, que não se lembra do que falaram?