13 de junho de 2015
O INFERNO DA GRITARIA. Vi duas emissões da Barca do Inferno e fiquei vacinado. Tirando uma senhora, cujo nome não me ocorre, aquilo era uma gritaria pegada. Bem pode Raquel Varela, que o país conheceu graças a um programa de televisão onde um jovem empresário lhe arruinou uma bela teoria com uma evidência que só ela não viu, dizer que o programa foi «inovador», que há vídeos seus no dito programa «que tiveram meio milhão de visualizações», que foi visto e comentado «de norte a sul do país, em universidades e câmaras municipais». Só não viu quem não quis (as emissões estão online): aquilo, como debate, valeu zero. Também o novíssimo programa de debate da RTP, As Palavras e os Atos, é um fiasco. É ruído do princípio ao fim, ninguém deixa falar ninguém. Sabe-se de antemão o que os convidados vão dizer, o moderador fala de mais. Pior: como modelo, o programa não tem conserto. Querem um debate a sério? Copiem o Conversas à Quinta, do Observador, onde os temas são abordados de forma serena e profunda.