30 de novembro de 2015
TERMINAR O MANDATO SEM DIGNIDADE. Fez bem o Presidente Cavaco anunciar em comunicado a indigitação de António Costa como primeiro-ministro. Poupou-nos a um discurso penoso, e poupou-se a um exercício que lhe seria ainda mais penoso. Mas com ou sem discurso, de uma coisa Cavaco já não se livra: foi, na opinião de muitíssima gente (a minha incluída), o presidente mais ridículo da democracia portuguesa. Foram vários os episódios que protagonizou que mancharam o cargo que ainda desempenha. Desde o inacreditável discurso que pôs fim à não menos inacreditável historieta das escutas, ao discurso em que ameaçou excluir de uma solução governativa dois partidos com representação parlamentar que na hora todos perceberam que não podia fazê-lo — recentemente acrescentados com um incidente com o Parlamento e com mais um lamentável discurso na tomada de posse do novo Governo. Como já é tarde para o ajudar a terminar o mandato com dignidade, como o próprio Cavaco em tempos pediu para o então Presidente Mário Soares, resta-nos a boa notícia de que deixará de ser Presidente daqui a três meses.