29 de junho de 2017
ESCÂNDALO NA PARÓQUIA. A ventosidade intestinal que Salvador Sobral sugeriu durante o concerto para as vítimas de Pedrógão Grande escandalizou a pátria do Minho ao Algarve, da Calheta a Caracas, talvez mesmo os Amigos de Olivença. Curiosamente, a pátria não costuma escandalizar-se quando vê os jogadores da «selecção de todos nós» dizer, com todas as letras, palavrões de toda a espécie, como ainda ontem se viu frente ao Chile. Convenhamos que o comentário de Salvador, uma «inconveniência» de que o próprio diz não se orgulhar (e que, para mal dos seus pecados, terá praticado outras vezes), não foi muito elegante. Mas a dor de corno que logo veio ao de cima, a pretexto da moral e dos bons costumes, também não cheirou lá muito bem. Sim, a vitória de Salvador no festival das cantigas não agradou a todos, especialmente a uns quantos profissionais do ramo, que agora aproveitaram a ocasião para o dizer sem o dizer. Como não aprecio moralismos hipócritas, sobretudo de quem nada tem para mostrar, quase lamento que Salvador não tenha ido mais longe.