18 de fevereiro de 2018
O LAMAÇAL. Razões profissionais obrigam-me a estar ao corrente do que algumas cavalgaduras da bola vão dizendo hora sim, hora sim, nomeadamente presidentes, directores de comunicação e comentadores televisivos. Tirando excepções, todos alinham pelo mesmo diapasão, e a música é conhecida: uma cacofonia de insultos do mais baixo que há. Dantes as más notícias geralmente vinham dos hooligans, uma vez ou outra das claques. Agora vêm dos arruaceiros instalados nos gabinetes dos clubes, dos incontáveis programas de «análise» futebolística, e das omnipresentes redes sociais. Bruno de Carvalho, por exemplo, em tempos ofereceu-se para dar cursos de ética aos «dirigentes que precisem». Leram bem: ética, como se o sujeito tivesse autoridade para falar de tal coisa. Presumo que o presidente do Sporting se exclui da pouca vergonha que grassa no futebol português, mas não devia. Até nem será exagero dizer-se que Bruno de Carvalho tem sido dos que mais tem contribuído para o actual clima, embora tente ser visto como o grande moralizador. Felizmente que os adeptos dos clubes envolvidos nesta lixeira a céu aberto em que se tornou o futebol português têm sido mais sensatos e não se têm envolvido em escaramuças. Para azar das cavalgaduras, a quem dava jeito que ocorresse uma ou outra tragédia para reforçar os seus pontos de vista, os adeptos mantêm-se serenos. Esperemos, portanto, que os ditos mandantes se afundem o mais rapidamente possível no pântano em que se meteram. Para bem dos clubes que representam, para bem de quem gosta de futebol, para bem da higiene mental em geral.