26 de junho de 2020
MODINHA DOS COBARDES. Tirando os dois ou três do costume, os congressistas republicanos não abrem a boca sobre o comportamento de Trump. Nem para apoiar, nem para condenar. Quando seria de esperar que se pronunciassem sobre as acções do Presidente, até porque foram eleitos para dizer o que pensam sobre as acções do Presidente, os sujeitos permanecem mudos e quietos, e fogem dos jornalistas como o diabo foge da cruz. Mesmo dos jornalistas amigos da Fox News, da Breitbart e da One America. «O último tuíte? Não vi.»; «Vi mas já não me lembro.»; «Não costumo prestar atenção aos tuítes do sr. Presidente.». Etc. etc. Se isto não é cobardia, e não só cobardia política, então é o quê? Os republicanos com assento nas duas câmaras do Congresso são cúmplices de Trump, de quem não se atrevem a discordar por medo de perder o emprego. É verdade que nos últimos dias alguns se afastaram de Trump quando Trump defendeu que o antecessor devia ser julgado por traição (não apresentou qualquer evidência que fundamentasse a acusação) e quando acusou um manifestante de 75 anos, de novo sem fundamento, de ser membro da Antifa. Mas isso não explica o silêncio a que se devotaram, e ainda menos a cumplicidade activa diante as poucas-vergonhas do Presidente. Isto para não falar da coluna vertebral, que a generalidade dos políticos não tem — e os republicanos são, de momento, o melhor exemplo.