17 de julho de 2020
A TERRA NÃO É REDONDA. Os americanos discutem pelo menos há três meses se as máscaras são, ou não são, uma forma eficaz de evitar a propagação do coronavírus. Não porque a comunidade científica tenha dúvidas, mas porque uns quantos indivíduos, emulando o idiota que mora na Casa Branca, decidiram não usar máscara porque sim, politizando um assunto consensual entre os especialistas — e, se virmos bem, do senso comum. (O idiota mudou o comportamento nos últimos dias, numa tentativa, tardia, de acertar o passo, até porque grande parte dos seus apoiantes está a apanhar por tabela.) Estamos, portanto, à mercê dos sujeitos que não usam máscara, mesmo em situações em que a lei os obriga. Porque a obrigatoriedade da máscara viola os direitos dos sujeitos, dizem eles, e os direitos dos sujeitos podem, pelos vistos, violar os direitos dos outros — dos que a usam e não querem ser infectados, e porque ter direitos pressupõe ter deveres. Tudo isto porque o idiota-em-chefe fez os possíveis e os impossíveis para instalar a dúvida no rebanho, sempre predisposto a acreditar no que ele diz e a engolir as suas patranhas. A ignorância (ou cegueira, ou o que for) impede-os de enxergar o que está diante o nariz, e o resultado está à vista: comparado como o resto do mundo, os EUA estão, nesta matéria, ao nível do terceiro mundo. Fosse eu um homem de fé e estaria a rezar para que o idiota apanhasse um susto a sério, embora duvide que aprendesse alguma coisa com isso.