7 de maio de 2021


Almada Negreiros | Retrato de Fernando Pessoa

MEMÓRIAS DE UM ÁTOMO (3).
A psicologia, primeiro, e a filosofia, depois, levaram-me à literatura, sobretudo a Fernando Pessoa, com quem adquiri o hábito da leitura. Seguiram-se, nos portugueses, quase todo o Eça (a quem roubei o título desta série), quase todo o Cardoso Pires, e mais tarde Camilo e Herberto Helder, de quem li Os Passos em Volta pelo menos três vezes. Na literatura não portuguesa, muitos outros, de que menciono onze títulos que foram marcantes: A Montanha Mágica (Thomas Mann), Crime e Castigo (Fiodor Dostoievski), Cem Anos de Solidão (Gabriel García Márquez), Debaixo do Vulcão (Malcolm Lowry), Obra ao Negro (Marguerite Yourcenar), Meridiano de Sangue (Cormac McCarthy), A Educação Sentimental (Gustave Flaubert), Ficções (Jorge Luis Borges), Pedro Páramo (Juan Rulfo), O Céu que nos Protege (Paul Bowles), e O Homem Sem Qualidades (Robert Musil). Outros houve de que já não me lembro, e alguns há que, lidos hoje, talvez não entrassem na lista. Mas como não pretendo vender nada a ninguém, cada um que chegue à sua lista — e, já agora, que a compartilhe, que eu gosto de listas. Dir-me-ão que estou a armar-me em não sei quê, mas há muito que digo o que me apetece sem receio de asneirar — e, se for caso disso, assumir as consequências.