11 de agosto de 2021
NEM, NEM. Rui Rio é uma daquelas figuras a quem assenta bem a velha e boa expressão «nem coisa, nem sai de cima». A oposição interna no partido a que preside questiona a liderança ou falta dela? Rio convoca um congresso extraordinário, e quem se propõe substituí-lo sai de lá com o rabo entre as pernas. A cena e o resultado repetem-se pouco tempo depois, mais coisa, menos coisa. É verdade que o Presidente Marcelo, sempre apressado a dizer o que pensa sobre tudo o que o Governo faz ou não faz, condiciona, e muito, o líder da sua família política, pelo não é fácil, mesmo para um líder mais expedito, seguir outro caminho caso assim o deseje. Como outros num passado não muito distante, o líder do maior partido da oposição espera que o poder caia de maduro, pelo que a inércia será, para ele, a melhor estratégia. O problema é que o poder não cai de maduro por si só. É preciso que a alternativa o faça cair, e Rio não serve para isso. Não surpreenderá, portanto, vermos o PSD mendigar um ou dois ministérios ao partido de Ventura para viabilizar uma alternativa ao Governo Costa. Verdade que os sociais-democratas antes de Rio não eram carne, nem peixe. Em boa verdade, talvez nunca tenham sido nem uma coisa, nem outra. Mas com Rio tornaram-se uma espécie de coisa nenhuma.