31 de março de 2003
"De Bagdad, chegou-nos uma reportagem num hospital, onde entraram civis vítimas de um míssil americano. Sentado numa cama está um miúdo de uns quatro anos. Tem a cabeça ligada. Chora desalmadamente. Porquê? Pelo terror da explosão? Pelas dores do ligeiro ferimento? Pela falta da mãe? Não sabemos. Mas o que vemos é que não há ali nenhum familiar, nenhum enfermeiro, nenhum médico para sossegar a criança. Porque é preciso que o miúdo chore: em volta dele, a poucos centímetros da cama, estão dez fotógrafos e repórteres de TV armados de câmaras assustadoras. Deles, vemos apenas a parte de baixo do corpo e os equipamentos em volta da cintura, tal e qual como Spielberg representou os adultos em "ET"." Eduardo Cintra Torres no "Público" de hoje.
29 de março de 2003
Miguel Sousa Tavares resolveu insinuar que as armas de destruição maciça eventualmente encontradas no Iraque podem ter sido lá colocadas pelos americanos. E depois garantiu que nada distingue a CNN da televisão iraquiana, como se ele não soubesse que há um abismo entre ambas. Tudo isto no "Público" de ontem, e só vem confirmar que não tem problemas em recorrer à mentira para defender os seus pontos de vista. Mais nojento só o facto de não se ver, por parte dos nossos cronistas, quem se atreva a criticá-lo. Razão que me leva a perguntar: quem têm medo de Miguel Sousa Tavares?
27 de março de 2003
O escritor moçambicano Mia Couto acha que "os povos dos países pequenos" têm "uma arma de construção maciça: a capacidade de pensar." Bonito, não é? Quer isto dizer que mais de 70 por cento dos americanos (que apoiam a intervenção no Iraque) não tem capacidade de pensar? Parece que sim. O que eu acho extraordinário é que esta gente "culta" e "inteligente" continue a insinuar que os americanos são burros, embora, depois, se fiquem pelas insinuações. Não há dúvida que a mistura de preconceitos com a estupidez impede qualquer um de pensar.
O senhor Artur Costa, cronista do "Jornal de Notícias", não conseguiu disfarçar o gozo que lhe deu saber que o poderio militar americano no Iraque está a enfrentar dificuldades. Não há nada como ser claro.
26 de março de 2003
"Se tivesse havido uma atitude colectiva dos países ocidentais mais coesa, que tivesse posto uma ameaça monolítica diante de Saddam Hussein e que tivesse reforçado os meios antes da guerra para o fazer ceder (...), o mais provável é que se pudesse ter desarmado o Iraque sem o recurso à guerra". Assim fala José Cutileiro em entrevista ao "Diário de Notícias".
25 de março de 2003
Na sequência de uma notícia publicada no "Expresso" de 8 de Março, sob o título "Você vai ser deportado" e que abaixo transcrevo na íntegra, entendi enviar ao semanário do dr. Balsemão um pedido de correcção. Como tudo indica que o destino da prosa foi o caixote do lixo e porque acho que a notícia em causa merece correcção, aqui fica a minha carta e a transcrição da notícia:
A minha carta: A estória que o senhor Ruben Eiras contou na última edição do "Expresso" («Você vai ser deportado») não tem pés nem cabeça. Diz Ruben Eiras que uma cidadã americana "de origem hispânica" foi deportada para o seu país de origem (o México) "por causa dos dois filhos - também cidadãos americanos - não saberem falar inglês". Ora isto é um perfeito absurdo. Desde quando é que um cidadão americano pode ser deportado? E, já agora, deportado para onde? Como se dúvidas houvesse que não sabe do que está a falar, Ruben Eiras começa por dizer que a referida senhora "é cidadã americana", mas depois acrescenta que "está legalizada". Ora não se conhecem cidadãos americanos que não estejam legalizados. Ou se é cidadão americano ou não se é. Provavelmente Ruben Eiras confundiu o estatuto de cidadão americano com o de residente estrangeiro (possuidor de um documento que lhe permite viver e trabalhar nos EUA, o chamado "cartão verde").
Nada disto teria qualquer importância se a estória não tivesse por objectivo demonstrar onde chegou o suposto "delírio securitário" dos americanos. Como induz os leitores em erro e atribui aos americanos atitudes que eles não têm, parece-me que se impõe uma correcção.
A notícia: Sábado, 22 de Fevereiro de 2002. Aterro em Atlanta por volta das 19h30. Dirigia-me pela primeira vez aos EUA em trabalho, para cobrir a «Training Conference 2003», o maior evento de formação do mercado norte-americano. No aeroporto, depois de a minha documentação ser analisada, sou remetido para a secção de controlo da imigração. Dez minutos mais tarde sou atendido. O funcionário, branco e de cabeça rapada, indaga-me outra vez sobre a minha profissão e os objectivos da viagem. Pergunta-me se o EXPRESSO é um jornal português e respondo-lhe que sim, mostro-lhe o meu cartão de jornalista. É então que ele me informa, com um sorriso cínico, que vou ser «deportado». Atónito, pergunto-lhe porquê. «Porque você não possui o visto especial para jornalistas estrangeiros exercerem a sua profissão em território americano», responde-me secamente. Ignorava a existência desta norma. Pergunto-lhe se não há hipóteses de revisão da situação. Ele vai falar com o superior sobre o caso. Entretanto, observo o ambiente à minha volta. Dou-me conta de que todos os franceses e alemães que vieram no voo são «passados a pente fino». Atrás de mim, está uma senhora de origem hispânica, dos seus 40 anos, a chorar convulsivamente. Conta-me que foi assistir aos últimos dias de vida do pai, residente no México. Grávida de seis meses e acompanhada pelos dois filhos, com seis e cinco anos de idade, é cidadã americana, está legalizada, mas vai ser deportada. Por causa dos dois filhos - também cidadãos americanos - não saberem falar inglês. Mostra-me a documentação e verifico que é verdade. Vivem num gueto hispânico nos EUA. Entretanto, o funcionário regressa. Comunica-me que a decisão é irreversível: vou ser mesmo deportado. Peço-lhe para contactar a embaixada americana em Portugal. Nega. Fico estupefacto. O funcionário de cabeça rapada informa-me de que terei de passar a noite na prisão devido a já não existirem voos para Paris. Completamente sozinho entre quatro paredes metálicas, com um banco em alumínio sem colchão, soçobro e choro. Passada meia hora vejo a maçaneta rodar. Era o funcionário de cabeça rapada, a dar-me a boa notícia de que afinal havia voo para mim. Vou regressar a Lisboa e sair do abismo paranóico em que os EUA caíram.
A minha carta: A estória que o senhor Ruben Eiras contou na última edição do "Expresso" («Você vai ser deportado») não tem pés nem cabeça. Diz Ruben Eiras que uma cidadã americana "de origem hispânica" foi deportada para o seu país de origem (o México) "por causa dos dois filhos - também cidadãos americanos - não saberem falar inglês". Ora isto é um perfeito absurdo. Desde quando é que um cidadão americano pode ser deportado? E, já agora, deportado para onde? Como se dúvidas houvesse que não sabe do que está a falar, Ruben Eiras começa por dizer que a referida senhora "é cidadã americana", mas depois acrescenta que "está legalizada". Ora não se conhecem cidadãos americanos que não estejam legalizados. Ou se é cidadão americano ou não se é. Provavelmente Ruben Eiras confundiu o estatuto de cidadão americano com o de residente estrangeiro (possuidor de um documento que lhe permite viver e trabalhar nos EUA, o chamado "cartão verde").
Nada disto teria qualquer importância se a estória não tivesse por objectivo demonstrar onde chegou o suposto "delírio securitário" dos americanos. Como induz os leitores em erro e atribui aos americanos atitudes que eles não têm, parece-me que se impõe uma correcção.
A notícia: Sábado, 22 de Fevereiro de 2002. Aterro em Atlanta por volta das 19h30. Dirigia-me pela primeira vez aos EUA em trabalho, para cobrir a «Training Conference 2003», o maior evento de formação do mercado norte-americano. No aeroporto, depois de a minha documentação ser analisada, sou remetido para a secção de controlo da imigração. Dez minutos mais tarde sou atendido. O funcionário, branco e de cabeça rapada, indaga-me outra vez sobre a minha profissão e os objectivos da viagem. Pergunta-me se o EXPRESSO é um jornal português e respondo-lhe que sim, mostro-lhe o meu cartão de jornalista. É então que ele me informa, com um sorriso cínico, que vou ser «deportado». Atónito, pergunto-lhe porquê. «Porque você não possui o visto especial para jornalistas estrangeiros exercerem a sua profissão em território americano», responde-me secamente. Ignorava a existência desta norma. Pergunto-lhe se não há hipóteses de revisão da situação. Ele vai falar com o superior sobre o caso. Entretanto, observo o ambiente à minha volta. Dou-me conta de que todos os franceses e alemães que vieram no voo são «passados a pente fino». Atrás de mim, está uma senhora de origem hispânica, dos seus 40 anos, a chorar convulsivamente. Conta-me que foi assistir aos últimos dias de vida do pai, residente no México. Grávida de seis meses e acompanhada pelos dois filhos, com seis e cinco anos de idade, é cidadã americana, está legalizada, mas vai ser deportada. Por causa dos dois filhos - também cidadãos americanos - não saberem falar inglês. Mostra-me a documentação e verifico que é verdade. Vivem num gueto hispânico nos EUA. Entretanto, o funcionário regressa. Comunica-me que a decisão é irreversível: vou ser mesmo deportado. Peço-lhe para contactar a embaixada americana em Portugal. Nega. Fico estupefacto. O funcionário de cabeça rapada informa-me de que terei de passar a noite na prisão devido a já não existirem voos para Paris. Completamente sozinho entre quatro paredes metálicas, com um banco em alumínio sem colchão, soçobro e choro. Passada meia hora vejo a maçaneta rodar. Era o funcionário de cabeça rapada, a dar-me a boa notícia de que afinal havia voo para mim. Vou regressar a Lisboa e sair do abismo paranóico em que os EUA caíram.
24 de março de 2003
23 de março de 2003
A RTP (só vi a RTP) abriu o telejornal de hoje com imagens de soldados americanos capturados durante os combates no Iraque. Tratam-se de imagens "exibidas sem qualquer pudor" pelo governo iraquiano”, advertia a voz "off" da peça. Sem qualquer pudor? E onde está o pudor da RTP ao exibir estas imagens?
O coração de Miguel Sousa Tavares balança entre o desejo de "um desastre que puna merecidamente esta aventura [do Iraque] e fique como lição para o futuro" e "o milagre de uma guerra rápida e relativamente indolor". Compreensível? Vindo de quem vem, sem dúvida que é. MST regressou ao "Público" para nos dizer, ainda, que basta olhar para a cara de George W. Bush para constatar que nela "se inscreve de forma impressionante uma singular e devastadora estupidez". Ou seja, MST regressou aos raciocínios primários e à conversa de taberna.
20 de março de 2003
Impressionante a "leitura" que as diversos forças políticas fizeram do discurso do presidente da República. Como Jorge Sampaio não disse rigorosamente nada de relevante, o discurso acabou por agradar a Governo e oposição, talvez mais ao primeiro do que aos segundos. Uns viram no discurso de Sampaio uma condenação explícita à decisão do governo quanto ao Iraque; outros um enorme "sentido de Estado" e "um apelo à serenidade". É claro que também houve quem se prestasse a fazer interpretações abusivas do discurso de Sampaio (ele nunca disse que a guerra era ilegítima, por exemplo, como Alberto Martins nos quis fazer crer no "Jornal 2"), colocando na boca do presidente coisas que ele nem sequer insinuou. O que só vem demonstrar que as razões dos que são contra a intervenção dos americanos no Iraque assentam invariavelmente em mentiras.
19 de março de 2003
18 de março de 2003
"(…) o que fez precipitar a declaração de guerra de domingo à noite nos Açores não foi nenhuma revelação de existência de armas proibidas. Foi, pelo contrário, a crescente probabilidade de se provar definitivamente que elas não existem". Assim fala Vital Moreira no "Público" de hoje. Mas há mais disparates, que o senhor Vital é um reconhecido especialista em disparates. Estão todos aqui.
Nestes tempos conturbados, em que toda a espécie de argumentos primários serve para "analisar" tudo e mais alguma coisa, vale a pena lembrar o que Vasco Pulido Valente escreveu no "Diário de Notícias" de 13 de Setembro de 2002: "Há um século que a América anda a cometer erros sem nome. Resolveu a I Guerra Mundial e ditou largamente as condições de paz. Sem ela, na II Guerra, o Exército Vermelho teria chegado à Mancha. Durante trinta anos defendeu o Ocidente e uma larga parte do planeta da expansão soviética. E, no fim, ganhou, acabando com o mito do socialismo, “real” ou virtual. Pior ainda: espalhou a sua cultura popular pela terra inteira, subverteu a ética sexual com uma revolução única na história e, na ciência e tecnologia, deixou toda a gente para trás. Fora isso, é rica, forte e livre. Coisas destas não se desculpam. A “Europa” não lhe desculpa a sua decadência. Os pobres não lhe desculpam a sua pobreza. As civilizações arcaicas não lhe desculpam o seu atraso. A América acabou por se tornar no bode expiatório da miséria humana. Tirando a América não existem responsáveis: nem o Islão, nem o racismo, nem o tribalismo, nem o ódio étnico, nem os cleptocratas que governam África. Nada e ninguém."
17 de março de 2003
A tão comentada camisola de lã envergada pelo professor Freitas do Amaral durante o discurso na Aula Magna tem, afinal, uma explicação. "Sou muito friorento e, além disso, aos fins-de-semana, procuro não usar gravata", justificou o próprio em entrevista ao "Expresso". E, para acalmar os mais susceptíveis, Freitas revelou que até usava gravata — mas por baixo da camisola. Não direi que isto foi o que de mais importante foi dito na entrevista ao semanário de Balsemão. A verdade, porém, é que não me lembro de mais nada.
14 de março de 2003
Certamente por me terem confundido com algum membro do comité central do partido, acabei de receber da CGTP uma moção destinada a fazer greve ao trabalho por cinco minutos. Dizem eles que "os trabalhadores não querem a guerra, porque ela põe em causa a liberdade e a democracia" (a do Iraque, presumo). E depois condenam "a postura belicista dos EUA e a sua tentativa de agressão militar levada a cabo contra o povo (reparem, contra o povo) do Iraque", fazem versos ("A guerra é a guerra. Todos dizem não a desejar… Só que uns – como Bush e Durão – estão desejosos de a iniciar!") e outras coisas certamente interessantes mas que não consegui entender. Infelizmente isto deixou-me uma pequena dúvida de natureza capitalista: quem é que paga os cinco minutos de greve ao trabalho? O senhor Chirac? Saddam? Sim, porque não deverão ter sido os patrões portugueses que criaram a situação do Iraque para explorarem os trabalhadores.
Miguel Sousa Tavares voltou a asneirar. Desta vez porque Durão Barroso, ao afirmar que o Governo português estará ao lado dos EUA mesmo sem o aval da ONU, "quebrou a solidariedade institucional com o Presidente da República" e "pôs Portugal a falar a duas vozes". E desde quando houve, sobre a questão do Iraque, "solidariedade institucional" entre Governo e presidente da República? E porquê Portugal a duas vozes, se toda a gente sabe que é a voz do Governo que conta em matéria de política externa? Em nome do que julga ser a verdade, tudo serve a MST para a cruzada contra os americanos. Mesmo a mentira mais descarada.
13 de março de 2003
"Ninguém melhor do que nós, europeus, sabe que a Europa unida é uma ficção". E que, "enquanto entidade política viável, comparável a uma nação (...), é uma casca de noz, sem noz nenhuma dentro". Adivinhem lá quem disse isto? Eduardo Lourenço, pois claro. E, uma vez mais, se ele o diz, quem sou eu para duvidar? É claro que já tenho dúvidas de que a Europa seja "mais rica" de "que espaço algum (incluindo o dos Estados Unidos) em matéria de «savoir faire», de imaginação e de energia intelectual e vital". Mas recomendo na mesma a crónica de Eduardo Lourenço, no "Público" de hoje.
Não me revejo totalmente no que diz Pacheco Pereira acerca da comunicação social. Mas, tirando isso, assino por baixo a crónica de hoje no "Público".
Goste-se ou não do conteúdo (eu gosto, mas nem sempre estou de acordo), A Coluna Infame é o blog português mais bem escrito. Alguém tem dúvidas?
Querem ver onde chegaram os preconceitos e a descarada deturpação dos factos por parte de alguns dos nossos cronistas? Pois bem, é só ler a crónica de Artur Costa no "Jornal de Notícias".
12 de março de 2003
Absolutamente lamentáveis as crónicas de António José Teixeira, no "Diário de Notícias", e de Adolfo Perez Esquivel, no "Expresso On-line". Valha-nos o bom senso de Francisco Sarsfield Cabral e de Mário Bettencourt Resendes, ambos no "DN". E ainda a crónica de Vasco Graça Moura. Absolutamente demolidora.
10 de março de 2003
Miguel Sousa Tavares acha que o presidente Bush vai atacar "o Iraque em nome de Deus" E porquê? Porque Bush terminou o discurso sobre o "Estado da União" dizendo: "Deus abençoe os Estados Unidos da América". Nem mais. Miguel Sousa Tavares ignora que os discursos de fundo dos presidentes americanos terminam desta forma, que o "God Bless America" final é mais uma tradição de que uma questão religiosa. E, como ignora, a "análise" só podia resultar num disparate grosseiro. E depois que se queixe se alguém lhe disser que a sua postura anti-americana resulta da ignorância.
7 de março de 2003
6 de março de 2003
Será impressão minha, ou o "Público" está a deixar a concorrência (leia-se "Diário de Notícias") a milhas? Não, não é só pela oportuníssima publicação do "dossier" sobre Estaline. É pela aposta que tem vindo a fazer na substância e, sobretudo, na contextualização dos grandes temas do momento. Parabéns! Já agora, votos de que o seu concorrente directo não caia de uma forma irremediável.
"(...) as ideias sempre se revelaram mais perigosas do que os interesses, tendo morto muito mais pessoas nos últimos 200 anos do que o "imperialismo"", diz Pacheco Pereira na sua crónica de hoje.
5 de março de 2003
"A Europa que desculpabiliza ditaduras é a falsificação de uma Europa digna, séria e justa. É a Europa que prefere perder a sua liberdade de consciência à coragem de defrontar a iniquidade." A ler com atenção a crónica de Francisco José Viegas, no "Jornal de Notícias".
A rapaziada do Blog de Esquerda resolveu dar-me uma cotovelada. Deve ser por isso que os leitores do meu blog aumentaram consideravelmente. Bem hajam. Contribuições em numerário também são bem vindas.
4 de março de 2003
O presidente francês reafirmou, domingo, que "há uma alternativa à guerra" no Iraque. E qual? Bom, não disse. Na segunda, além de reafirmar o objectivo do seu país em eliminar as armas de destruição maciça na posse do Iraque (afinal parece que o presidente francês sempre acredita que Saddam tem armas de destruição maciça), disse que "o Iraque deve fazer mais, cooperar mais e mais activamente". Quer isto dizer que o Iraque não está a cooperar como devia? Parece que sim. Onde está, então, a lógica que sustenta o prolongamento das inspecções?
3 de março de 2003
Segundo a Lusa, para o prof. Freitas do Amaral são necessários, entre outros, os seguintes passos para "evitar a guerra": "exigir o respeito pelo direito internacional" e "apoiar firmemente as figuras mundiais que não aceitam a guerra". Se todas estas exigências se cumprirem, diz ele, não haverá guerra. Infelizmente não esclareceu a que direito internacional se refere. Se ao direito internacional que os americanos supostamente violaram (ou violarão, que a guerra ainda não começou), se ao direito internacional que Saddam Hussein viola há anos na maior das impunidades. Infelizmente também não disse que figuras mundiais que não aceitam a guerra se deve apoiar. O senhor Le Pen? Saddam Hussein? Um mistério.
2 de março de 2003
O dr. Soares, que nos últimos dias se tem distinguido por abrir a boca por tudo e por nada, tem dúvidas que os EUA sejam uma verdadeira democracia. Mas já não duvida que a luta contra o terrorismo "não se pode fazer praticando actos terroristas piores que aqueles que se querem condenar". E quem pretende cometer actos terroristas piores que aqueles que se querem condenar? Os americanos, evidentemente. O dr. Soares ultrapassou os limites da decência.
1 de março de 2003
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