14 de outubro de 2003
Ana Gomes insiste em saber se a Procuradoria-Geral da República está a investigar as denúncias feitas por uma revista francesa, que dão conta do envolvimento de dois ministros do actual governo em práticas pedófilas. Porque diz ter dúvidas de que a notícia em causa não seja verdadeira, embora saiba tratar-se de uma publicação cuja credibilidade é duvidosa e se estranhe que só agora, quatro meses após a publicação da notícia, levante a questão. Mas se tem dúvidas quanto aos ministros, já não as tem quanto ao caso Pedroso, que considera uma «urdidura» com vista a «descredibilizar a justiça» e assenta em acusações que «não têm ponta por onde se lhes pegue». E com base em quê todas estas «certezas»? Com base nos mesmíssimos pressupostos que a levam a suspeitar do conteúdo da notícia na revista francesa: suposições e nenhum argumento. Pior: a dra. Ana Gomes pretende fazer passar a ideia de que as acusações de que é alvo Paulo Pedroso têm o mesmíssimo peso que as acusações que são feitas pela revista francesa. Razão tem o líder parlamentar do PS, ao pedir aos socialistas «recato» e «silêncio». Porque, para embaraços, já basta. Além de que, com militantes assim, o PS não vai longe.