28 de novembro de 2003
27 de novembro de 2003
26 de novembro de 2003
25 de novembro de 2003
O sr. Vital Moreira continua a tentar fazer passar a ideia de que a resistência contra as «forças ocupantes» no Iraque é feita pelo povo. Face ao hipotético cenário da retirada antecipada das ditas forças, o sr. Vital acha que isso pode deixar o Iraque «à beira da fragmentação». Ou seja, primeiro defendia que a tropa devia sair imediatamente, agora acha que deve ficar. O sr. Vital reconhece, contudo, que «o terrorismo constitui uma gravíssima ameaça, tendo de ser combatido com determinação, detectando e eliminando as suas redes e neutralizando os seus apoios». Mas combatido como e por quem, sr. Vital? Com abstracções? Falinhas mansas? Alvíssaras por uma ideia concreta (e com pés e cabeça, já agora) saída da cabeça deste senhor.
24 de novembro de 2003
Foi-se a dor de dentes, ficou a tonteira dos remédios. Mesmo assim posso garantir-vos que o mundo passou a ser mais cor-de-rosa, mais tolerável. Não há nada como o alívio da dor de dentes — e não só de dentes — para nos reconciliar com o mundo, nem que seja por dois ou três dias. Não, não me converti a qualquer religião, mas quase. Mas posso garantir-vos que vi estrelas — estrelas amarelas, intermitentes, terríveis. Isto para vos dizer que tenho andado sem grande paciência para ler, e muito menos escrever. E, quando assim é, há pouco a dizer. A única coisa que me apetece fazer é chamar a atenção para a crónica de Eduardo Cintra Torres, no "Público" de hoje, onde ele decidiu fazer um mais que oportuno comentário acerca dos nossos «jornalistas enxertados». E para a crónica do dr. Prado Coelho, ainda no "Público" de hoje, onde ele diz não ter dúvidas de que os intelectuais são necessários mas manifesta uma dúvida intrigante: «como funcionam eles (os intelectuais) em tempo de "blogues"?»
19 de novembro de 2003
Como estou com uma dor de dentes capaz de trepar por uma parede acima e só me apetece insultar toda a gente, mais vale nada dizer. Só uma coisa: coloquei uma nova crónica na minha página pessoal.
18 de novembro de 2003
O senhor Vital Moreira pergunta: «Mas desde quando é que constitui terrorismo atacar forças militares de ocupação, no Iraque ou onde quer que seja?» Este senhor é um poço de sabedoria.
17 de novembro de 2003
O Terras do Nunca desencantou uma sondagem qualquer para demonstrar que George W. Bush é pior que Bin Laden. Mas não precisava. O Terras do Nunca já tinha mandado dizer isso mesmo pela mulher-a-dias, e isso bastava. Mas há uma coisa em que concordo com o Terras do Nunca (ou com a mulher-a-dias): apesar de toda a solidariedade que merecem os jornalistas portugueses recentemente em apuros no Iraque, «o envio de hordas de jornalistas portugueses para palcos de guerra» é «uma disparatada feira de vaidades».
14 de novembro de 2003
Miguel Sousa Tavares está desolado pelo facto de o contingente da GNR não ter embarcado para o Iraque um dia mais cedo do que o previsto. É que, se tem embarcado, a esta hora o dr. Barroso estaria «com uma série de cadáveres nos braços». Como assim não foi, o primeiro-ministro é «um homem de sorte». Os 128 militares portugueses no Iraque, infelizmente vivos e de boa saúde, não contam para a história de MST. Como diria o outro, são mera estatística. A cegueira não tem limites.
13 de novembro de 2003
Sempre que se fala do dr. Cunhal, lá vem a estória da coerência. Como se a coerência fosse, por si só, uma atitude que merece elogio. Não merece. Coerência pode ser, por exemplo, manter-se fiel a uma ideia em que já não se acredita. Ora, não me consta que o dr. Cunhal mantenha as mesmas ideias só para ser coerente. Assim sendo, seria bom que fosse julgado pelas ideias e não pela coerência. Até porque há quem pense que a coerência do dr. Cunhal foi manter a mesma cegueira ideológica durante anos, contra tudo e todas as evidências. Porventura uma cegueira bem-intencionada, mas uma cegueira. O que não é propriamente um elogio.
12 de novembro de 2003
O Terras do Nunca disse que não disse que «George W. Bush é pior do que a Al-Qaeda». Tem toda a razão. Na realidade, quem disse isso não foi ele mas a sua (dele) mulher-a-dias («post» com o título «A Al-Qaeda numa tarde de Lisboa»). As minhas desculpas à mulher-a-dias. Perdão, ao Terras do Nunca.
11 de novembro de 2003
A meu ver, Catalina Pestana nem sempre tem estado à altura do cargo que desempenha. Sobretudo quando fala demais e abre a boca quando não deve. Só que a provedora da Casa Pia tem dado mostras de ser uma mulher inconformada, sem medo do politicamente incorrecto, e isso merece estima. Além de ser a única voz audível a defender as principais vítimas do processo Casa Pia — as crianças. Daí que me custe aceitar os ataques ferozes de que, a espaços, é alvo na imprensa. Como este, no "Público" de hoje.
George W. Bush é pior do que a Al-Qaeda, diz o Terras do Nunca. Valha-nos os parabéns de João Pereira Coutinho ao dr. Cunhal.
10 de novembro de 2003
Tirando a manchete do "Correio da Manhã", que Ferro Rodrigues considerou uma «torpe mentira» e mais uma «patifaria», nada se passou nos últimos dias que me inspire um comentário. Nem a entrevista de Francisco Louça no "Público" de hoje, onde este acusa Bagão Félix de perseguir o líder do PS. E, quando assim é, mais vale ficar mudo e quedo. Mas não resisto — e estou a contradizer-me — a fazer um pequeno comentário acerca de uma sondagem da Universidade Católica, que nos dá conta de que «os governantes e os diplomatas são quem projectam uma pior imagem de Portugal no estrangeiro». Não pondo em causa a seriedade do estudo e não tendo razões para sair em defesa dos nossos governantes e diplomatas, tenho para mim que os primeiros responsáveis pela pior imagem de Portugal no estrangeiro são os emigrantes. Só que não é politicamente correcto dizê-lo.
7 de novembro de 2003
«Um contributo para clarificar as coisas» num momento em que o país vive «uma fase de muito ruído». Esta foi, segundo o "Público", a justificação de Maria Elisa para a renúncia ao mandato de deputada. Esta senhora não tem vergonha nenhuma.
6 de novembro de 2003
Maria Elisa vai renunciar ao mandato de deputada. O anúncio foi feito pelo líder parlamentar social-democrata. «Trata-se de uma decisão pessoal (...) que foi tomada com toda a lisura e correcção», disse Guilherme Silva à "Lusa". Lisura e correcção? Não querem ver que ainda vamos ouvir dizer que Maria Elisa teve um comportamento exemplar em todo o processo?
Agora que o caso das «viagens-fantasma» dos deputados foi encerrado, Pacheco Pereira resolveu abordar o assunto. Só que, de caminho, fez um retrato pouco abonatório do funcionamento do Parlamento, e pareceu-me que a ideia não era exactamente essa.
«Os medíocres têm medo da literatura, dos clássicos e da leitura». Eis, em resumo, o tema da crónica de Francisco José Viegas no "Jornal de Notícias" de hoje.
Uma sondagem efectuada pela TNS Euroteste para a revista Visão revelou que a grande maioria dos portugueses (77 por cento) acredita na comunicação social, apesar de considerar que os jornalistas agiram mal ao divulgar o conteúdo das escutas telefónicas efectuadas no âmbito do processo Casa Pia. E ainda há quem diga que os portugueses não são generosos.
5 de novembro de 2003
Sempre que posso, demoro-me um pouco mais na leitura dos blogues. Hoje levei mais de duas horas a ler o que se publicou nos últimos dois ou três dias. Não há dúvida que são inúmeros os blogues que merecem leitura, e cada vez é mais difícil segui-los diariamente. Se é verdade que alguns ficaram pelo caminho, também é verdade que outros surgiram e reclamam atenção. Até ver, os blogues vieram demonstrar que a opinião, desde que bem escrita, tem inúmeros leitores. Além de porem à vista duas evidências: que anda por aí muita gente anónima que merece ser lida, e que andam por aí muitos jornalistas que não passam de analfabetos.
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