5 de setembro de 2008

EBOOK. Numa altura em que se fala cada vez mais de eBooks, nomeadamente de leitores de eBooks, recupero um post de Março do ano passado:

Se não estou em erro, já escrevi pelo menos duas vezes sobre o eBook (refiro-me à maquineta que permite ler livros ou outros textos em formato digital), mas apetece-me voltar ao tema. Contrariamente ao que sucedeu das outras vezes, agora para falar mal. Depois de ter elogiado o Rocket eBook e o RCA eBook, e aguardar durante meses o modelo da Sony (o Portable Reader), chegou a hora dos defeitos. Não que eu tenha mudado de opinião acerca do eBook, mas porque o tão aguardado modelo da Sony foi uma desilusão quase completa. Digo «quase completa» porque tem coisas boas, mesmo coisas muito boas, só que escassas. A primeira é a qualidade de imagem, que melhorou substancialmente. Graças a uma nova tecnologia, é possível, agora, ler sob luz intensa (do sol, por exemplo), coisa que não se podia nos anteriores modelos. A segunda é o design da maquineta (do tamanho de um livro de bolso com cento e poucas páginas, para simplificar a explicação). A terceira… bom, não há terceira. Já na parte má sobram exemplos. O primeiro de todos, e totalmente incompreensível, é a impressão de que os técnicos da Sony não olharam para os anteriores modelos e copiaram o que estava bem. Qualquer um desses modelos possibilita a leitura nocturna e possui ecrã táctil, características ausentes do modelo da Sony que fazem uma enorme diferença. Para quem não sabe do que falo, a luz interior possibilita a leitura às escuras (como nos ecrãs dos computadores), e o ecrã táctil permite operar a maquineta de forma mais intuitiva e com maior rapidez. Mas há mais defeitos: os botões que permitem «folhear» as páginas estão mal situados, obrigando o uso das duas mãos (o que não sucede nos modelos da Franklin e da RCA). Falta-lhe, também, um motor de busca capaz de pesquisar dentro de um texto, apesar de disponível no software que interage a maquineta com o computador. Há outras funcionalidades que não existem ou podiam ter sido melhoradas, mas estas são as essenciais e chegam e sobram para que se possa dizer que o Portable Reader é um modelo falhado. Falhado por causa das expectativas criadas, falhado porque os defeitos superam largamente as vantagens face aos modelos anteriores. Como leio no eBook praticamente desde o seu aparecimento, e porque cada vez encontro mais vantagens no eBook quando o comparo ao livro tradicional, acreditem que sou o primeiro a lamentar.

Acrescento que o Kindle, o concorrente da Amazon, não é melhor, e tem praticamente os mesmos defeitos do Portable Reader. Acrescento, ainda, que as maquinetas não servem, apenas, para ler livros, mas para ler outros documentos em formato digital, uma funcionalidade quase nunca referida mas fundamental.