30 de agosto de 2011
UM POUCO DE CINISMO. Como resido no estrangeiro, conheço mal o trabalho da jornalista Cândida Pinto. Sei, porém, que é apreciado, ao que parece pelas melhores razões, e isso é uma boa notícia. Mas haverá coroa de glória maior para um certo jornalismo televisivo que fazer um directo durante uma troca de tiros? Sim, levar um tiro ainda seria melhor, mas isso talvez fosse pedir demasiado. Desculpem o cinismo, mas eu não simpatizo com o jornalismo que arrisca a pele para dizer o que já se sabe, que não acrescenta um milímetro ao que já se conhece. Simplificando, não simpatizo com o jornalismo exibicionista. Estar lá não basta. É preciso que o estar lá acrescente alguma coisa à notícia, e a circunstância de estar lá não se torne o centro da notícia. Não me refiro especialmente à reportagem de Cândida Pinto, e até admito que o caso possa não ser um bom exemplo. Falo em geral, e geralmente é assim.