EUROFESTIVAL DAS CANTIGAS. Depois dos Homens da Luta, que no ano passado causaram um escândalo em certos meios artísticos por alegadamente terem imposto uma canção de carregar pelo bico a músicas de alto gabarito (a propósito: por onde andarão elas?), este ano foi a vez da «talentosa Filipa Sousa» (foi assim que a RTP a anunciou) representar a pátria no eurofestival das cantigas. O desinspirado adjectivo com que a RTP se referiu à cantante não augurava nada de bom, embora não me pareça que tenha sido por isso que ficou afastada das dez finalistas. Por aquilo que ouvi, a cançoneta é tão medíocre como as outras, apuradas e rejeitadas. Aliás, continuo sem perceber por que insistem as televisões no eurofestival das cantigas. Alguém se lembra da canção que venceu o ano passado? Evidentemente que ninguém se lembra. Há décadas que as cançonetas do eurofestival são tão sofríveis que não duram uma semana nas rádios. Como em arte o tempo é o grande juiz, será preciso dizer mais?