O DEBATE. Como já
aqui escrevi, votarei Obama nas Presidenciais de Novembro, por razões que também já expliquei. Feita a declaração de interesses, que certamente não contribui para uma visão imparcial sobre o desempenho dos candidatos em debates ou noutros palcos, considero, para não variar, que o «meu» candidato esteve claramente melhor no debate de ontem. Falo do modo como desempenhou o papel que lhe cabia, da
performance, que a substância dos debates não tem, infelizmente, grande peso. Tirando uma
gaffe ou outra que os candidatos possam cometer, que por vezes lhes pode ser fatal, os debates contam sobretudo pela forma como os candidatos desempenham o guião mais ou menos conhecido antecipadamente. E, nesse aspecto, Obama dificilmente poderia ter estado melhor. O Presidente transmitiu serenidade, demonstrou firmeza em momentos cruciais, e pareceu-me convicto do que defendeu. Começou bem, cresceu à medida que o tempo passava, e terminou de forma arrasadora — primeiro com a questão da Líbia, depois com os famosos 47% dos americanos que o adversário considerou casos perdidos, por si só todo um programa. Se isto vai mudar alguma coisa na relação de forças, se fará diminuir o número de indecisos, talvez nunca se saberá.