25 de janeiro de 2013
MENTIRA ATÉ PROVA EM CONTRÁRIO. Há uma coisa que todos já perceberam na malcheirosa história do doping no ciclismo: se os principais protagonistas contarem «tudo o que sabem», como alguns ameaçam, o ciclismo profissional, pelo menos o ciclismo profissional tal como o conhecemos, vai ter que começar do zero. Alguém duvida que existam muitíssimos mais ciclistas de primeiríssimo plano (para já não falar dos outros) que consomem, há anos, substâncias proibidas destinadas a aumentar a performance? Com, ou sem, o conhecimento das autoridades, nacionais e internacionais, também elas cada vez mais suspeitas? Se alguém tem dúvidas, os próximos meses encarregar-se-ão de as desfazer. É por isso que já aqui defendi a legalização do doping no ciclismo, que estendo a outras modalidades, que o doping sempre existiu, antes e depois de ser proibido. Por mais sofisticados que se tornem os mecanismos para o detectar, haverá sempre mecanismos ainda mais sofisticados para o esconder. O consumo de substâncias proibidas adquiriu tal dimensão que a suspeição é generalizada, criando a ideia de que todos se dopam até prova em contrário. Poderá ser um exagero, em alguns casos uma injustiça, mas a verdade é que são tantos os casos que se conhecem e/ou se suspeita que se torna difícil pensar doutro modo.