10 de maio de 2013
JORNALISMO BARATO QUE SAI CARO. O jornalista X da publicação Y viajou a convite de Z. É isto o que dizem as publicações mais sérias (as outras omitem-no) sempre que se deslocam ao estrangeiro para fazer uma reportagem, cada vez com maior frequência, porque ficarão com um problema de consciência caso não o assumam. É bom, de facto, que os leitores conheçam as circunstâncias em que a reportagem foi feita sempre que as circunstâncias possam interferir no que se faz. Mas será preciso dizer que não há almoços grátis, que não se morde a mão de quem nos dá de comer? Constatar a evidência serve, de facto, de pouco consolo. Ainda agora li que o jornalismo de investigação praticamente morreu. Porque é caríssimo, e cada vez há menos dinheiro até para o mais básico. É um facto, nota-se bastante, e há muito. Mas nos tempos que correm já me contentaria se o jornalismo viajasse pelos seus próprios meios. Não investigar é preocupante, não há dúvida que é. Mas fazer fretes é inadmissível.