8 de maio de 2013
O MANICÓMIO. O primeiro-ministro anunciou ao país um «pacote» de austeridade, e dois dias depois o segundo ministro (há quem diga ser o terceiro) afirmou discordar. Confusos? Não é caso para tanto. Afinal, falamos de Portugal, país onde tudo acontece, inclusive fenómenos que nem a imaginação mais delirante se atreveria a prever. Quando o senso comum aconselharia que as medidas de austeridade anunciadas por Passos Coelho fossem primeiro discutidas — e aprovadas — no interior do Governo, eis que o dito vem à praça pública esgrimir discordâncias, ainda por cima quando acaba de eleger o consenso como supremo desígnio da pátria. Bem sei que há quem garanta que tudo isto não passou de uma tragicomédia, embora destinada não sei bem a quê. Mas como poderá a oposição chegar a um consenso com gente assim?