25 de fevereiro de 2016
CLAQUES (2). Reza a lenda que «Com Fafe Ninguém Fanfe». Há, inclusive, um monumento a eternizá-la, mas como todas as lendas, também nesta não se sabe bem onde termina a verdade e começa a ficção — ou o inverso. Para não variar, existem várias versões, mas com um ponto em comum: a existência de um varapau, que alguns dizem de marmeleiro. Foi disto que me lembrei quando li que Fernando Madureira, chefe dos Super Dragões, foi a Fafe importunar um cidadão que cometeu o crime de ser pai do «gatuno» (palavreado dele ou de quem o acompanhou) que assinalou não sei que penálti que não lhe convinha. De facto, são tantos os episódios protagonizados por este sujeito sem que as autoridades tenham feito o que deviam que começo a pensar se não seria mais eficaz aplicar a justiça de Fafe em casos destes. Mas há mais notícias frescas sobre o sujeito, por alcunha o Macaco: segundo o Jornal de Notícias, Fernando Madureira e mais sete beneméritos dos Super Dragões integram uma equipa de futebol que tem por hábito espancar os adversários quando as coisas não correm bem, a ponto de já haver equipas que se recusam a jogar contra eles. Uma pesquisa no Google dá conta de incontáveis «proezas» de que Madureira é protagonista, de que o episódio de Andorra (onde contribuiu para furtar tudo o que lhe apareceu pela frente e lançar o caos na cidade), de que ainda teve a desfaçatez de se gabar num livro, demonstra bem a natureza da criatura. Como há anos que anda a fazer desacatos e a ameaçar meio mundo sem que nada lhe suceda, impõe-se a pergunta: quem o protege e porquê? As autoridades têm medo dele? Por que razão, já agora, gozam as claques da bola de especial protecção das autoridades policiais, convém lembrar que pagas pelos contribuintes, e de tanta benevolência? Ou há aqui qualquer coisa que me escapa, ou isto é impróprio de um estado direito.