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31 de maio de 2011
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RI DE QUÊ? Se a empregada de hotel que terá sido abusada por Strauss-Kahn fosse você, ou alguém próximo de você, acharia assim tanta graça?
27 de maio de 2011
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26 de maio de 2011
SONDAGENS. Como os resultados eleitorais, as sondagens prestam-se a múltiplas leituras, e cada um vê nelas o que mais lhe convém. Mas há factos que se tomam por determinantes na oscilação das sondagens que, afinal, não têm assim tanta importância. O debate entre Sócrates e Passos Coelho, antes e depois considerado decisivo, nada mudou nas sondagens/intenções de voto dos portugueses. Dantes havia um empate técnico, agora há um empate técnico. Mais uma bela teoria, portanto, que não resiste ao confronto com a realidade.
24 de maio de 2011
COISAS SEM IMPORTÂNCIA (2). Imaginem que as coisas são o que parecem, que Dominique Strauss-Kahn é culpado do que é acusado. Por acaso já pensaram na vítima? Imaginaram o calvário que terá pela frente até ao julgamento? Imaginaram que lhe vão vasculhar a vida privada desde que nasceu e usar tudo o que contribua para a desacreditar, incluindo mentiras da pior espécie? Imaginaram que a violência de que já foi vítima poderá não ter sido, afinal, a parte pior? Claro que nada do que se diz nas notícias contribui para que se olhe para o caso também por este ângulo. Afinal, a vítima é uma simples camareira, é mãe separada, nasceu num país mais ou menos desgraçado, e vive num local pouco recomendável — tudo factores que, além de não a ajudarem, ainda se poderão virar contra ela. A ver vamos o que isto vai dar, mas caso se demonstre que DSK é culpado é mais que certo que haverá quilómetros de prosa a dizer que a pena foi excessiva e horas de televisão a relembrar que a justiça americana é coisa de primatas, e nem uma lágrima por ela. Ela que, até ver, é a vítima, embora às vezes não pareça.
20 de maio de 2011
O DEBATE. Passos Coelho partiu derrotado para o debate com José Sócrates na bolsa de apostas, e eu próprio dava pouco por ele. Pelo que se viu, julgo que se poderá dizer que houve equilíbrio, talvez mesmo um ligeiro ascendente do líder do PSD. Passos Coelho entrou bem, mostrou firmeza e serenidade, e mandou umas farpas certeiras. Sócrates foi igual a Sócrates, talvez uns furos abaixo. Um empate, portanto, que o líder do PSD pode saborear como se fosse uma vitória. Já se o debate decidiu alguma coisa, se fez com que os indecisos caíssem para a esquerda ou para a direita, duvido.
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O FIM DO MUNDO. Em menos de uma semana, uma profecia de um cavalheiro que morreu há trinta anos diz que vai haver um terramoto em Roma e milhões de romanos fogem assustados, em Fátima terá havido um milagre, e um americano anuncia o fim do mundo para amanhã. Sim, para amanhã, às seis da tarde, hora de Nova Iorque. Como dizia o outro, também não acredito em bruxas, mas convenhamos que isto é demais até para um ateu.
19 de maio de 2011
ANTIAMERICANISMO ESTÁ DE VOLTA. Como seria de prever, a prisão de Dominique Strauss-Khan tornou-se motivo para manifestações de antiamericanismo primário. Os americanos quiseram, com a prisão do presidente do FMI, mostrar não sei quê a não sei quem. Os americanos são uns provincianos. A justiça dos americanos vem dos tempos das cavernas. Resumindo, os americanos são primários, simplórios, umas bestas. Juízos, curiosamente, também eles primários e simplórios, e geralmente assentes na ignorância. Talvez valesse a pena ler o Pedro Lomba no Público de hoje para melhor perceber como são as coisas e não dizer tantas asneiras.
17 de maio de 2011
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HÁ AQUI UMA LIGEIRA CONTRADIÇÃO. Se o programa eleitoral do PSD «sofre de algum irrealismo e desconhecimento da realidade nacional», como diz Pacheco Pereira, como pode dizer que vai «no sentido certo»?
16 de maio de 2011
COISAS SEM IMPORTÂNCIA (1). O João Gonçalves tem toda a razão. Afinal, a alegada vítima do director do FMI é só «uma camareira de hotel».
13 de maio de 2011
PERDAS IRREMEDIÁVEIS. Há quase nove anos que ando pela blogosfera e só hoje me aconteceu: um erro do Blogger fez com que perdesse um post. Escusado será dizer que era um post genial, que é sempre a sensação com que se fica quando perdemos um texto, mesmo que escassos minutos antes de o perdermos achássemos banal. Espero que o incidente não tenha relação com o fim do mundo, que se anuncia para a semana.
ARRASADOR. Concordo em absoluto com a análise do Tomás Vasques sobre o debate Passos Coelho-Paulo Portas. De facto, o desnível foi enorme, e notou-se bastante.
12 de maio de 2011
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10 de maio de 2011
CHRISTOPHER HITCHENS. Li, com gosto, um texto de Martin Amis sobre Christopher Hitchens, originalmente publicado no Guardian e posteriormente reproduzido no Público, e apeteceu-me acrescentar: um homem que negou deus a vida inteira (Hitchens é ateu, ou agnóstico, não me lembro bem) não deve converter-se no leito de morte. Afinal, deus, a existir, não apreciará os cobardes.
6 de maio de 2011
OPINIÕES FORTES. «Arnold Schoenberg, precursor de la rompedora Escuela de Viena, decía que se aprendía más de música observando a Mahler vestirse que acudiendo a clase en cualquier conservatorio.» Vale a pena ler na íntegra o belíssimo texto de Jesús Ruiz Mantilla, no Babelia
5 de maio de 2011
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3 de maio de 2011
TRISTE PAÍS. Esperar pelo intervalo do jogo entre o Barcelona e o Real Madrid para anunciar ao país o programa de ajuda financeira, como fez o primeiro-ministro, demonstra bem o estado a que o país chegou. Um país vergado ao calendário da bola, ainda por cima ao calendário da bola dos outros, não está longe de um país de opereta.
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