30 de novembro de 2010
WIKILEAKS (1). Apesar das «bombas atómicas» e do barulho ensurdecedor, duvido que as revelações da WikiLeaks tenham o efeito desejado. Antes de mais, põem a descoberto situações que ninguém ignora que existem, que existiram, e que continuarão a existir. Quem não sabe que as relações entre países se movem por interesses, e que em nome desses interesses vale tudo? Quem não sabe que por trás das luzes que celebram acordos geralmente está um estendal de roupa suja? Claro que os países envolvidos nas fugas da WikiLeaks têm que mostrar que estão muito preocupados, e alertar para o perigo que elas representam. Mas estarão os seus governantes realmente preocupados? A resposta é: duvido. Quem se lembra das anteriores revelações da WikiLeaks sobre o Iraque e Afeganistão, igualmente gravíssimas? E, já agora, que efeitos tiveram? É só um palpite, mas quer-me parecer que a «bomba atómica» agora anunciada não se aguentará nos media até ao próximo fim de semana.
ANA GOMES. Por falar em voos da CIA, não me lembro de ver Ana Gomes indignar-se quando o presidente Obama anunciou o arquivamento do caso alegando assunto de Estado. Ao contrário, não me lembro de lhe ouvir outra coisa nos tempos de Bush. Alguém faz o favor de dizer à sra. deputada que denunciar as misérias dos outros escondendo as próprias é como esconder um gato e deixar-lhe o rabo de fora?
MOURINHO. Deliciosos os comentários sobre o desaire de Mourinho frente ao Barcelona. É nestas alturas que se vê o ressentimento que por aí vai contra o «special one», cujo principal defeito é querer vencer todas as guerras em que se mete e ser bem-sucedido por mérito próprio.
26 de novembro de 2010
O DOM DA UBIQUIDADE. Confirmei a má impressão que tinha de José Miguel Júdice devido a uma entrevista que ele deu ao Francisco José Viegas a propósito de bibliotecas, onde se fartou de dizer que leu tudo na juventude, e procurou passar a ideia que trata os livros por tu. Mas confesso que fazer parte da comissão de honra da candidatura de Cavaco Silva e simultaneamente lançar um livro onde diz que o actual presidente «destruiu» o PSD de Sá Carneiro e «foi autoritário», ultrapassou o que eu seria capaz de imaginar.
GREVE GERAL. O que terão ganho os trabalhadores com a greve geral? Terão sido beneficiados, um mínimo que seja? O que vai mudar para os trabalhadores após a greve geral? Ou muito me engano, ou vai mudar coisa nenhuma. Pior: não terão os grevistas contribuído para piorar ainda mais as coisas? Não está em causa o direito à greve, que a lei fundamental consagra, e é evidente que há razões para descontentamento. Mas cada vez me parecem mais ultrapassadas as «formas de luta» adoptadas pelos sindicatos, e não deve ser por acaso que os resultados dessas «formas de luta» são cada vez mais escassos.
25 de novembro de 2010
COMENTÁRIO MACHISTA. Não há dúvida que a catraia tem imenso talento. Não se admire é se vier a tornar-se famosa pelos atributos que a imagem documenta, nem se escandalize se alguém lhe lembrar que não hesitou em exibir os ditos quando lhe pareceu que a coisa lhe podia render fama e proveito.
24 de novembro de 2010
DO MAU GOSTO. Apesar de me parecer bem-intencionado (parece que é uma campanha contra a pobreza), passa na RTP (pelo menos) um vídeo que é um atentado ao mau gosto. Pior: destrói, de uma penada, uma bela música (dos Trovante) e um belíssimo poema (de Florbela Espanca), espantosamente com a conivência de um dos seus criadores (João Gil).
22 de novembro de 2010
BRANCO É, A GALINHA O PÕE. Se me pedissem para caracterizar a entrevista à RTP da principal testemunha do processo Casa Pia, resumi-la-ia, sem hesitação, numa palavra: cristalina.
19 de novembro de 2010
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18 de novembro de 2010
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16 de novembro de 2010
FALHANÇO TOTAL. Como escrevi por ocasião das Presidenciais de 2008, votei Obama porque não me pareceu que o opositor fosse capaz de provocar a catarse que o país necessitava, porque me pareceu que Obama era o que melhor corporizava a vontade de mudança, porque achei que se renderia ao pragmatismo em matérias como a segurança, porque Obama era, em suma, o menos mau dos candidatos. Dois anos volvidos, o saldo é francamente pior do que imaginava. (Continua aqui.)
11 de novembro de 2010
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10 de novembro de 2010
ÀS ARRECUAS. Manuel Alegre apoia a greve geral, mas não apoia a greve geral. Lamenta a ausência de dirigentes do PS nas suas acções de campanha, mas depois diz que falou para toda a gente. É a famosa estratégia de um passo em frente e dois à rectaguarda, do avançar recuando, que ameaça tornar-se um exercício penoso para o candidato, e um embaraço para os seus apoiantes.
9 de novembro de 2010
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5 de novembro de 2010
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3 de novembro de 2010
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2 de novembro de 2010
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